segunda-feira, abril 21, 2014

COMUNICADO - "Pedro Pinto renuncia ao mandato de Vereador em Sintra.

É lamentável que o Deputado e Vice-Presidente da Comissão Política Nacional, que liderou a lista do PSD/CDS à Câmara Municipal de Sintra, tenha suspendido o mandato logo após a tomada de posse e agora tenha renunciado.

Esta atitude do PSD e do próprio confirmam que a rejeição da candidatura liderada por Marco Almeida, unanimemente aprovada pelas bases da Secção de Sintra, para além de violar os Estatutos do Partido, mais não visava do que afastar um militante incómodo por
não ser apoiante nem das actuais lideranças nacional e distrital, e assim permitir que um conjunto de elementos válidos e com provas dadas ao serviço dos sintrenses, viesse a ser substituído por seguidistas de Pedro Passos Coelho.

Para tanto era necessário inventar um cabeça de lista com peso partidário e assim indigitaram Pedro Pinto, como se sabe pessoa alheia a Sintra e desconhecida pela grande maioria dos eleitores. Em suma funcionou como uma mera “barriga de aluguer”...
O resultado é conhecido: o PSD teve um resultado desastroso e favoreceu objectivamente a vitória do PS. O importante para o PSD não era ganhar mas sim impedir o sucesso de Marco Almeida, o que conseguiu apesar do resultado muito expressivo deste, que apenas ficou a cerca de um ponto percentual do PS.".
Com a renúncia ao mandato de Vereador, eximindo-se a assumir as suas responsabilidades confiadas pelos (poucos) eleitores que nele apostaram, Pedro Pinto contribui decisivamente para agravar a imagem muito negativa que o PSD deixou junto dos sintrenses neste processo eleitoral.

Por outro lado, a aceitação de pelouros (subalternos) pelos dois Vereadores do PSD em exercício, permitem a ilação de que o importante não seria ganhar mas sim, para além de afastar Marco Almeida, obter um quinhão do poder municipal.

Para se manter na coligação que governa Sintra, o PSD tem assumido posições no mínimo escandalosas e absurdas. Foi o que sucedeu na Assembleia Municipal do passado dia 10 de Abril, em que os Deputados Municipais do PSD votaram favoravelmente uma moção subscrita pelo PS de saudação ao 25 de Abril e ao 1º de Maio. Não seria de admirar tal postura se não fossem as virulentas referências críticas que o texto votado dirige ao Governo, como sejam “vivemos num tempo cinzento em que urge derrubar a ditadura da austeridade, esse dogma que se pretende impor a nações inteiras com a mesma violência com que outrora se impuseram outras ideias totalitárias”, “voltamos a ter crianças com fome dentro das salas de aula”, “os idosos têm de optar entre comprar remédios ou ter dinheiro para comer”, “os salários e pensões são retalhados sem dó nem piedade, enquanto os direitos adquiridos de grandes corporações são considerados intocáveis”, etc. E não venham sustentar que apenas votaram a saudação às referidas efemérides, pois não podem ignorar a integridade do texto. Nem sequer pediram uma votação separada que lhes permitisse votar contra o parágrafo que desancava o Governo...

Quando ouvimos a leitura deste texto, desde logo imaginámos que os Deputados do PSD votariam contra e os Vereadores abandonariam de imediato a coligação face a um texto que não poderiam deixar de considerar uma grave afronta do PS, parceiro de coligação. Não foi isso que sucedeu: votaram favoravelmente e continuaram impávidos e serenos nas cadeiras do poder que ocupam. Nunca visto! Uma vergonha a acrescentar à renúncia de Pedro Pinto.

António Capucho,
Líder do Movimento na Assembleia Municipal de Sintra

Sintra, 2014.04.21

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